Ilicitude é ilicitude

Visitando o blog The Place do amigo Wilton Junior, vi um comentário sobre a matéria do Processo Seletivo do PSF, onde um dos seus Webleitores o questiona:

Maria de Fátima

E aí Junior comente a burrada da seleção, o que vc acha, pouca vergonha, vcs nem falam, mas diga alguima coisa, espero tá?

Reposta de Wilton Junior:

Cara Maria de Fátima,

Comentar o que?
Você quer equiparar o concurso que houve há alguns anos, com o PROCESSO DE SELEÇÃO (que não tem caráter de efetividade) que houve para escolha de profissionais da nova equipe do PSF?
Bom, não estou aqui para defender ninguém, mas dai a realizar essa triste comparação… é demais!
A palhaçada que houve, por ocasião do malfadado concurso público, promovida pelo ex-prefeito Anaximandro Vale, teve o cúmulo da soberba, significada na aprovação de mais de metade de seus familiares diretos… com laços de consaguinidade bem ‘visíveis’ entre os aprovados minha cara.
Os profissionais que foram aprovados no processo seletivo do PSF já atuam na área e são pessoas de diversas famílias da cidade. Não há um núcleo familiar dominante, como ocorreu a olhos vistos no concurso promovido por Anax Vale.
Ainda não tinha publicado nada, por que não me foi informado nada. Vi a relação na maternidade e no Blog de Jocigleuson.

Espero que tenha senso, pense um pouco e analise a diferenciação entre as duas situações….

Gde abraço, e boa sorte na análise!!!

Vendo a resposta expressada por Wilton Junior, lembrei-me de uma história contada por um grande professor de Direito Administrativo, Auditor da Receita Federal, em uma sala de aula dessas de cursinho preparativo para concursos, na qual tentarei repassar para vocês:

Ele disse que estava em um bar bebendo com um grande amigo, que o nomearei aqui de forma fictícia de “João”, e nesse momento começa a passar na televisão uma reportagem sobre os grandes roubos e desvios de dinheiros ocorridos principalmente em Brasília-DF, através de obras públicas superfaturadas, licitações fraudadas etc.

Então João solta:

- Isso é um bando de ladrão, safado, sem-vergonha e outros adjetivos mais.

- Então o professor o questiona: e sua mãe?

- João indaga: o que é que tem a minha mãe?

- Ela não recebe uma pensão de aproximadamente dois salários mínimos de forma irregular? Afirma o professor de forma interrogativa.

- João expressa: Ah! Mas isso é muito pouco em se comparando com esses grandes roubos e desvio de dinheiro público.

Professor afirma: Mas isso é roubo do mesmo jeito, até porque não existe roubo pela metade, por 1/3 ou por ¼, é ilegal da mesma forma

Moral da história: Será se a mãe de João tivesse a oportunidade de se beneficiar de forma irregular do dinheiro público por cinco, seis, sete ou cem salários mínimos ela não o faria? Ou seja, ela se beneficia com pouco porque só tem oportunidade de se beneficiar com pouco. Os grandes ladrões de colarinhos brancos roubam muito porque o que lhe é oportunizado é roubar muito.

Fazendo alusão ao fato aqui em questão que é Processo Seletivo da Saúde, digo: Será que por ser um processo seletivo o ato e o direcionamento dos aprovados não tornam a atitude de forma irregular, ilegal e imoral? Se fosse um concurso público, a Chefe do Executivo não agiria da mesma forma para beneficiar os seus? Já que o fez com apenas um simples processo seletivo, onde o emprego é de forma temporária?